sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sobre o artigo de opinião de Jorge Ferreira

"Quem decidiu entrar na competição eleitoral em Tomar tem um adversário natural: o PSD e a sua desastrosa gestão do concelho nos últimos doze anos. Quem não percebe este facto elementar e prefere distrair-se com pormenores laterais está a beneficiar o PSD e o situacionismo clientelar que criou em Tomar. Mas cada um sabe de si e, como se costuma dizer, Deus sabe de todos. O PSD concorre, aliás, através de duas candidaturas diferentes: a do próprio PSD e a de um alegado CDS que tem como cabeça de lista um vereador do PSD, tão responsável pelo desastre dos últimos anos como os seus ex-colegas de partido, do qual saiu de resto, apenas porque não teve lugar nas listas, mostrando assim a força das suas convicções de ontem e de hoje. Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão já escreveram tudo sobre este tipo de política pequenina.
In “O Templário”, edição de 03 de Setembro de 2009


Começo por saudar Jorge Ferreira, cidadão que tive o prazer de cumprimentar na única vez em que nos encontrámos, devolvendo-me o cumprimento com delicadeza e correcção, e que, também por isso, merece a minha consideração e respeito.

Também gostaria de reiterar a minha admiração pelos restantes elementos da sua lista de cidadãos independentes, em especial pelo seu mandatário, Alexandre Correia Leal, que considero um amigo.

Lamento ter de vir, publicamente, referir-me ao seu artigo de opinião, no qual tece um conjunto de afirmações e considerações que, não só lamento, como me merecem a mais veemente crítica.

Ao contrário do que possa parecer ao Senhor Jorge Ferreira, a lista do CDS – Partido Popular e os cidadãos que a integram merecem tanto respeito quanto a que este agora encabeça à Assembleia Municipal pelo movimento de cidadãos independentes “Tomar em Primeiro Lugar”, ou aquelas que no passado integrou, enquanto destacado militante do CDS.

Mais afirmo que não tive qualquer responsabilidade na não concretização de eventuais contactos que possam ter existido entre o CDS – Partido Popular e outros cidadãos de Tomar ou aqui residentes.

A minha saída do PSD foi já por mim bastas vezes abordada e nunca me escusei de esclarecer todos os tomarenses sobre as reais razões que me levaram a essa difícil decisão. Permitam-me, no entanto, esclarecê-lo mais uma vez.

Em Novembro de 2007, deve Jorge Ferreira lembrar-se, porque já então era um cidadão atento pelos assuntos desta terra, integrei uma lista concorrente à concelhia de Tomar do PSD e também aos órgãos distritais do partido. Essa mesma lista era encabeçada por Isabel Miliciano. Denunciámos um conjunto de situações internas, não pactuámos com pressões e tivemos a coragem de ir até ao fim. Fomos derrotados nas urnas.

Posteriormente, em Janeiro de 2008, aquando do meu regresso à Câmara como vereador do PSD, devido à saída de António Paiva, afirmei em entrevista ao semanário “O Templário” e, posteriormente, ao semanário “O Mirante” que reiterava o que afirmara até àquele momento - que se verificava o total esvaziamento do papel da secção concelhia do Partido Social Democrata, contrariando deliberadamente os estatutos do Partido. Que tudo o que era verdadeiramente importante e fulcral ser discutido em termos políticos, era teimosamente apresentado como facto consumado, não necessitando de qualquer reparo, crítica ou sugestão. Aliás, permitam-me esclarecê-lo que, basicamente os meus motivos, foram os mesmos que levaram Isabel Miliciano, então militante do PSD, e por isso minha ex-colega de partido, e actual n.º 2 da mesma lista de independentes, a mais tarde abandonar essa força partidária.

E permitam-me acrescentar que também ela integrou, durante determinado período, o executivo camarário, enquanto vereadora a tempo inteiro, pelo que a haver responsáveis, pelo que entende ser má gestão ou “desastre” também a ela caberá alguma percentagem de responsabilidade, dado ter tido competências delegadas pelo então Presidente António Paiva.

Por falar na gestão PSD de que ambos fizemos parte, lembro-lhe que a mesma foi sufragada por duas vezes, tendo obtido em ambas as ocasiões maioria, de 5 e 4 vereadores, respectivamente, num executivo de 7. Fazendo fé na sua avaliação do nosso trabalho, deve ter sido um desastre positivo.

Concluindo, ao contrário do que Jorge Ferreira quer fazer crer, não saí do PSD por questões de lugares em listas, e permitam-me dizer que não esperava que alguém com o seu percurso de vida e experiência, viesse tecer considerações sobre as minhas convicções. Não me conhece minimamente para isso. Nem eu nunca ousaria fazer o mesmo sobre Jorge Ferreira.

Permitam-me que termine com uma citação constante do Compromisso “Saber Decidir”, da minha candidatura pelo CDS - Partido Popular, que no meu entender deve centralizar a discussão autárquica:

“É Hora de olhar o futuro e de saber decidir. Não nos intimidam os interesses instalados, nem as teias de influência e amiguismo que vêm obstaculizando o desenvolvimento do nosso concelho.
Acredito nas pessoas, na sua capacidade, na sua enorme generosidade.
Saúdo todas as candidaturas que se apresentam a estas eleições autárquicas, com espírito democrático e vontade de bem-fazer.
Estou convicto que, sabendo decidir, um concelho melhor e mais bem governado é possível e está ao alcance de todos”.

Tomar, 03 de Setembro de 2009
Ivo Manuel Querido dos Santos

2 comentários:

Anónimo disse...

Como sempre Prof. Ivo, coerente, subtil, oportuno e extremamente atento...Parabéns!!!
De facto é por estas e por outras atitudes que os tomarenses deveriam "Saber Decidir", pois até ao momento, o que tenho visto, é o empenhamento, a vontade verdadeira de honrar o seu compromisso com as gentes de Tomar e seu concelho.
Não perde tempo, tentando influenciar os que votam, falando mal das outras candidaturas, dos seus líderes e equipas.

É de facto de lamentar, que outros não façam valer as respectivas propostas pelo real valor que poderiam ter...necessitam de uma certa "cuscuvilhice"para se auto-valorizarem, esquecendo-se porém que "não se deve cuspir para o alto, pois pode-lhe cair na cara".
Além do mais deve ser muito triste e quanto a mim revela uma grande falta de auto-estima, quando uma pessoa, para se sobressair, necessita de se comparar a outros, invocando as tais "cuscuvilhices"...
Muito bem, Prof. Ivo, assim é que é!!!
Muita força e acima de tudo, muita sabedoria é o que lhe desejo!!!

Anónimo disse...

Força Ivo! Continue nesta linha. Só criticar os outros não serve os interesses de Tomar.
O meu voto já tem destinatário!