quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A questão da abertura do trânsito na Corredoura

A questão da possível reabertura ao trânsito da Corredoura, avançada durante a reunião que ocorreu entre elementos da nossa lista e a Acitofeba ( ver post http://ivosantos-saberdecidir.blogspot.com/2009/08/encontros-com-acitofeba.html), está a gerar alguma controvérsia.
Seguem-se os esclarecimentos de Ivo Santos sobre a sua proposta, publicados em resposta aos vários comentários digitados no blog de António Rebelo http://tomaradianteira.blogspot.com/


"Obrigado por me terem referido a questão da Corredoura. Constato que a nossa candidatura continua a fazer a agenda em Tomar A Corredoura e o seu funcionamento enquanto principal artéria da cidade velha é não só um tema difícil e quase sempre discutido de modo apaixonado, como terreno por onde poucos se arricam a ir.
Relembro que tudo começou com uma boa ideia do António Paiva, que teve vários problemas e vicissitudes, logo desde o começo, com a questão do pavimento e materiais escolhidos, passando pela questão da iluminação ao nível do solo que nunca funcionou devidamente, terminando na questão do Regulamento do Núcleo Histórico, entre outros. Não me furto à dscussão desta matéria e sobre a mesma tenho diferentes ideias, que se completam mutuamente.
Assim, tento-me colocar na pele dos moradores, dos lojistas e dos visitantes/turistas. Os moradores agradecem o silêncio de uma rua sem carros, mas condenam a falta de segurança provocada por não haver circulação de pessoas e viaturas à noite. E têm razão. A hipótese de câmaras de vigilância nesta via esbarra em condicionalismos legais, embora sejam norma em qualquer cidade do centro da Europa, com a nossa dimensão e património. Acresce que alguns moradores ficam sem acesso 24/24 horas às suas residências, o que é uma clara limitação. Já aconteceu o cenário anedótico de alguns serem multados... Imagine-se o que acontece com pessoas de idade e/ou com problemas de mobilidade.
Quanto aos lojistas a primeira ideia é a de que nunca estão satisfeitos. E talvez seja impossível agradar a todos. Mas que o encerramento provocou a partida das agências bancárias e de algumas farmácias é um facto.
Contudo, continua o cenário de não existirem lojas na Corredoura, com uma dimensão interessante, para vender ou alugar. A um preço razoável e de acordo com a nossa realidade, acrescento. A questão do emparcelamento e das dificuldade que existe da aplicação do Regulamento já citado, tornam este cenário de investimento e de criação de novos negócios numa questão burocrática. Muitos falam demasiado porque não conhecem a realidade.
Ou seja e resumindo, algo de anormal se passa. As rendas são altissimas; os proprietários colocam as lojas com rendas impensáveis e acabamos por ter N edificios devolutos. Para estes, que empregam, criam riqueza, investem em Tomar muito ou pouco não interessa, acho que a circulação apenas de ligeiros, sem estacionamento, num horário entre as 9 horas e as 19, seria algo de positivo. E reparem que alguns ramos de negócio nunca se instalarão aí pela razão desta ser uma artéria só pedonal. Existem imensos casos no mundo, que todos conheçemos e que poderia trazer para a discussão, quando e no cenário que quiserem
Os visitantes / turistas são muito poucos, mesmo muito poucos em Tomar. E sobretudo não gostam das ruas da cidade velha por estarem continuamente por terminar em termos de obras, por verem os bancos da Praça da República e da Corredoura sem verniz, as floreiras em mau estado, as ruas com lixo, as paredes urinadas, iluminação muito deficitária, mau servço nos restaurantes e bares (há restauranetes onde, por exemplo, ninguem fala Inglês), etc. Esse é o verdadeiro problema. De formação e mentalidades. Existir uma rua ou mais com trânsito condicionado e esplanadas é pacifico. As pessoas gostam de ver e ser vistas. Veja-se o café Santa Iria por exemplo.

É esta a minha opinião. Discutível eu sei, mas estou pronto para a discussão."

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